Dilmércio Daleffe
Com medo e ainda assustado, ele preferiu não se identificar. Deu apenas o primeiro nome, Alexandre. Na noite da última terça-feira, dia 17 de julho, foi uma das 40 vítimas de mais um assalto a ônibus na região de Campo Mourão. Conta que dormia quando o coletivo foi abordado de madrugada por bandidos armados. Estavam na rodovia entre Peabiru e Campo Mourão. Quando percebeu, já era assaltado.
Aos 37 anos, Alexandre é uma pessoa bem esclarecida. Mantém um comércio na cidade de São Paulo desde os seus 21. Trabalha com roupas. Mas aproveitou as férias de julho para ir até o Paraguai, num ônibus de linha, a fim de comprar presentes à família. “Tenho dois meninos. Juntei R$1,2 mil e queria ir até Cidade de Leste para levar brinquedos a eles”, disse.
Mas o sonho acabou no meio do caminho. O dinheiro foi levado por mãos agressivas. Mãos leves. As crianças ficaram sem os presentes. Junto aos demais passageiros, Alexandre foi humilhado, sendo obrigado inclusive, a ficar apenas de cueca preso no bagageiro do coletivo. A madrugada marcava oito graus. Um frio absurdo, para uma cena absurda.
Esta seria a primeira vez que Alexandre se dirigia até o Paraguai com um ônibus. “Nunca mais viajarei de coletivo até lá. Se precisar, irei de avião”, diz. Católico e fiel a Deus, acredita estar vivo graças a uma ação divina. “Eles não agrediram e também não ameaçaram ninguém. Mesmo assim, não foi fácil”, disse. Como já descrito, os dois filhos de Alexandre ficaram sem os brinquedos. Mas ganharam o pai.
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