terça-feira, 6 de março de 2012

Só falta distintivo para Cadela cherry


Dilmércio Daleffe

Nos corredores da delegacia de polícia de Goioerê, uma cadelinha preta desfila alegremente entre as pessoas. Confiante, ela percorre as salas, verifica um a um dos integrantes da equipe, numa espécie de cumprimento. Um bom dia. Seu nome é Cherry, uma simpática e dócil vira latas adotada pelos policiais. Sua chegada aconteceu há dois anos e meio, depois que um bêbado foi detido. Em uma sacola em que carregava, lá estava o animal. No outro dia o sujeito foi embora. Cherry ficou para sempre.

A história é contada pela secretária da delegacia, Tereza Moutinho. Ela presenciou o dia de sua chegada. Inclusive o nome do animal foi idéia dela. “Tive uma cachorrinha com este nome. Ela acabou morrendo. Então a homenageei”, disse. A cadela chegou ainda pequena. Mas com o tempo cresceu e criou personalidade. Hoje ela acredita ser integrante da equipe. Anda por todo lado a receber o carinho das pessoas. Até mesmo o público presente no dia a dia do órgão vê a cachorrinha com amabilidade.

Tereza lembra que Cherry conhece o barulho do motor de cada um dos carros dos profissionais da delegacia. Os veículos vão estacionando e a cadela vai os recepcionando. Ela olha e vai embora para o seu canto. Nos fundos do imóvel, o animal recebeu uma caminha. É lá também onde ganha comida e água, constantemente. Até mesmo cuidados veterinários os policiais a garantem. “Ela é a nossa mascote”, disse Tereza.

Conta o soldado Mendes, um policial militar, que quando fazia a guarda do mini presídio de Goioerê, Cherry o ajudava. “Qualquer barulho no pátio ela já latia. Ajudava mesmo”, disse. Lembra ele que, numa tentativa de fuga, os detentos a fizeram de refém. Como sabiam que a cadela latiria, a apanharam colocando-a junto ao buraco da fuga. Eles não consolidaram a escapada e soltaram a pequena vigia.

Mesmo com livre acesso pelo prédio, Cherry tem um apreço maior pelo investigador Valdinei, afirma Tereza. Segundo ela, quando ele está de plantão, a cadela deita-se em frente a sua sala e, de lá, não sai mais. “Cherry adora o Valdinei”, garante Tereza. A presença do animal é, de certa forma, um contra peso ao dia a dia pesado na delegacia. Os próprios profissionais do órgão admitem que ela melhora o ambiente de trabalho. Diante de todas as façanhas de Cherry, agora só falta receber o distintivo.

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