Após mais de um ano, famílias finalmente conseguiram sepultar as adolescentes assassinadas por Raimundo Gregório, ou apenas, “Ivan, o Terrível”, como ficou conhecido no meio policial. Os restos mortais estavam passando por exames de DNA na polícia científica de Curitiba e foram concluídos apenas na última semana. Por coincidência, dias depois que um programa nacional de TV divulgou o caso. Dmitria foi enterrada na quinta-feira. Já, Iara, teve velório e sepultamento no último domingo. A mãe dela, Maristela Pacheco, quer agora justiça. Não irá descansar até ver o assassino condenado.
Dilmércio Daleffe
Vítimas do impiedoso assassino “Ivan, o Terrível”, as adolescentes Iara Pacheco e Dmitria Vieira, finalmente foram sepultadas no cemitério municipal São Judas Tadeu em Campo Mourão. Dmitria teve o enterro sem velório, ainda na quinta-feira. Presentes apenas membros da família. Já Iara foi velada em uma das salas do Prever na tarde do último domingo. Depois, os parentes e amigos presenciaram o ritual de sepultamento. Foi uma cerimônia marcada pela emoção e fúria da mãe, Maristela Pacheco. Até agora ela não entende os motivos do crime.
Com o caixão lacrado, familiares fizeram um velório de quase quatro horas. Era um desejo da mãe de Iara. Durante todo o tempo, dona Maristela alternava momentos de calma e desespero. Reflexo do sentimento de amor pela filha caçula, morta aos 20 anos de idade, num crime escandalosamente bárbaro. Para se chegar ao dia do enterro, Maristela teve que aguardar quase um ano os exames para comprovar se a ossada era mesmo da filha. Durante todo este tempo, o túmulo da menina já estava pronto.
Maristela teve uma etapa de se sua angústia sanada. Ela precisava realizar o enterro da filha. “Agora estou mais calma, mais aliviada”, disse. Mesmo assim, será uma ferida aberta por toda a sua vida, uma tragédia sem poder voltar no tempo, um crime sem desculpas, uma mãe sem a filha. A partir de agora, Maristela seguirá os passos da justiça. Quer saber sobre o julgamento de “Ivan” e, um dia, ficar frente a frente com o assassino no tribunal do Fórum. “Vou ser forte e aguardar o julgamento. Quero justiça. Ele vai ter que pagar pelo que fez”, afirmou. Ainda ontem, a avó de Dmitria disse que a família prefere não mais comentar sobre o caso. As certidões de óbito das duas meninas devem sair nos próximos 20 dias.
O caso
Depois de chorarem diante da brutalidade do assassinato das duas jovens Iara e Dimitria, as famílias vinham adoecendo pelo constrangimento e humilhação em não poderem enterrá-las. Descobertas numa fossa aos fundos do Colégio Estadual Vinicius de Moraes, em Campo Mourão, no último ano, as duas ossadas já haviam sido enviadas à perícia, em Curitiba. Mesmo assim, os familiares não entendiam o porquê de tanta demora. Passados mais de um ano, coincidentemente, bastou uma única matéria sobre o caso em rede nacional para que os restos mortais fossem identificados. Maristela Pacheco, mãe de Iara, já até havia construído o túmulo da filha.
O drama vivido por dona Maristela teve início em janeiro de 2010, quando a filha saiu de casa com míseros R$50 para comprar pão. Ela nunca mais voltou. Depois disso, descobriu que restos mortais da melhor amiga da filha, Dimitria, que também estava desaparecida, haviam sido encontrados no colégio onde estudava. Dias depois veio a confirmação: outra ossada, desta vez, com pertences de Iara, também foi achada. A partir daí o mundo de Maristela partiu-se ao meio. A mulher que sempre lutou pelo bem estar da família, desmoronou.
Na última semana exames de DNA do Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba, confirmaram que as ossadas encontradas na fossa do colégio estadual Vinícius de Moraes, em agosto do ano passado, são mesmo das jovens Dimitria e Iara. O caso ficou conhecido nacionalmente como “Ivan o Terrível”. A confirmação permitirá que o assassino vá a julgamento, podendo pegar até 30 anos de prisão, em regime fechado.
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