terça-feira, 2 de outubro de 2012

“Zé Tropical” não suportou a saudade




Dilmércio Daleffe
Desaparecido desde o último sábado, o garçom José Carlos Diniz, 50 anos, foi encontrado morto na manhã de ontem. “Zé Tropical”, como era mais conhecido, não suportou a perda do filho Marcos, morto no dia 21 de agosto do ano passado, num acidente de carro. Assim, como na tragédia anterior, Diniz morreu na mesma Estrada Boiadeira, a poucos metros do acidente do filho. Segundo amigos e familiares, era uma despedida já esperada, uma vez que “Zezinho” andava depressivo demais. Acabou entregando-se pela dor, pela angústia, pela insatisfação da saudade.
Voltar no tempo é impossível. Afinal, a cruz de cada um é carregada apenas em vida. Mas se vale como consolo, lembrar do “Zé Tropical” é muito fácil. “Zé” levou a vida na bandeja, sempre. Trabalhou em praticamente todos os restaurantes da cidade, desde a “Gaivota”, e foi uma cria do memorável Avelino Piacentini. Nasceu para servir e bem atender. Por sua nobreza, educação e respeito tinha moral com os convidados. Sua proximidade com as pessoas o levou a ser apelidado como “Batista” por alguns e “Edite” por outros. “Zezinho” era um verdadeiro cavalheiro, o mestre dos garçons de Campo Mourão e Maringá. Por sua nobreza conquistou o cargo para atender os noivos, e eles foram muitos.
Atendia com vontade. Servia com prazer. Diniz nasceu para ser garçom. Por isso era diferente. Piadista e irreverente fazia graça com todos. Era um imitador incansável de Nelson Tureck e Lula. Todos paravam para escutá-lo. Mas sua alegria foi terminando aos poucos. A data da tristeza foi em 21 de agosto de 2011, quando perdeu Marcos. Depois disso iniciou uma batalha pessoal contra o álcool e a depressão. “Zé” não conseguir vencer a saudade do filho. Sem dúvida nenhuma, os casamentos daqui por diante perderam um astro e, certamente, parte da alegria. O mestre se foi. As lágrimas e saudades, não.  
        

5 comentários:

  1. Vai meu querido. Nós aqui, só podemos chorar e lembrar da sua presença em nossas vidas, desde a nossa infância.Espero que encontre a paz que procurava...

    Luciane Novisk

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  2. A solidão.... a maior responsável pelo suicídio.... O olhar e não ver... não penetrar na alma do outro para, por um momento apenas, sentir a sua dor.... o bom dia superficial, o boa tarde superficial, o olá.... por dizer... apenas, sem sentir. Está nos faltando sentimento , empatia.... Que Deus o guarde, com sua dor...

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  3. Nesta terça-feira (02), uma notícia me deixou extremamente aborrecido e triste, com uma dor insuportável no peito. Perdi um grande amigo, uma pessoa que vai fazer falta!!. José Carlos Diniz, o ‘Zé Tropical’, como era conhecido, tinha um jeito especial de tratar tanto o engraxate como o homem de gravata. Ele era extremamente gentil, educado, e entre tantas outras qualidades, sabia fazer amizade com muita facilidade. Nesta terça-feira, ele nos deixou para servir, com todas as suas qualidades, a DEUS.
    Meus mais profundos sentimentos à família do grande amigo, ‘ZÉ TROPICAL’.

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  4. Com certeza os casamentos não terão a alegria contagiante e querida do Zé....nossos sentimentos....

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  5. O semblante do Zé Tropical ficará pra sempre nas nossas memórias

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