Márcia e Reginaldo decidiram agir através de Deus. Hoje, todos os seus passos seguem os ensinamentos da Igreja Católica. Evitando métodos contraceptivos, a família cresceu. São sete crianças e uma a caminho. Para carregar a turma toda tiveram que comprar uma Kombi.
Dilmércio Daleffe
Reginaldo e Márcia casaram-se em 93. Ano de conflitos e brigas entre o casal. Ele bebia muito, era quase alcoólatra. A esposa não admitia. Apesar de católicos, não seguiam todos os ensinamentos da igreja. Exemplo disso eram os métodos contraceptivos, os quais utilizavam. Em 94 a camisinha estourou. Um ano depois nasceu Marcelo, o primogênito. As brigas continuaram. Mesmo usando anticoncepcional, oito anos após, Márcia engravidou novamente, agora de Mariana. Foi à gota d´água. Buscando um caminho correto, sem brigas, o casal recorreu a Deus. E o encontrou. Passaram a praticar ortodoxamente as palavras do catolicismo. Deixaram os contraceptivos e Reginaldo abandonou a bebida. Ambos iniciaram um amor sem limites. A família então renasceu. Hoje, são sete filhos e mais Natália, a sogra. Uma casa de poucos cômodos, mas lotada de camas. Todos se amam e se respeitam. E para eles, isso é o que interessa. Como a família aumentou, o jeito foi comprar uma Kombi. E a sogra vai na frente.
Tudo deu certo na vida dos Fumagalli. Entre idas e vindas do destino, a família cresceu e o amor foi eternizado. Tudo em nome de Deus. Aliás, na casa, tudo gira ao redor dele. Desde a entrega do casal à Igreja Católica, as lições repassadas às crianças são puras. É visível a educação cristã. Conta Reginaldo que o renascimento do casal teve início depois que aboliram os métodos contraceptivos. “Tudo acontece segundo a vontade de Deus”, afirma. Foi assim, desta forma, a chegada de Marcelo, 17, Mariana, 9, Gabriel, 7, Eduarda e Emanuel, 6, Maria Clara, 4, e Miguel, 2. Ao todo são sete filhos, um mais adorável que o outro. Juntos, dentro da “Kombi da Alegria” – apelido do veículo – até parece um time de futebol.
Na casa simples em alvenaria, na Rua Guacho – Jardim Tropical, em Campo Mourão - tudo acontece em quantidade. No último mês foram 114 litros de leite, 12 litros de amaciante, 12 caixas de sabão em pó, 20 quilos de arroz e 25 de açúcar. É muita gente pra poucos recursos. Reginaldo é mecânico industrial. Márcia é dona de casa. A grana não da até o fim do mês. Mas daí entra a importante figura de Natália, a sogra. Com sua aposentadoria, ela da sobrevida aos recursos. Ela gosta. Se sente feliz assim. Afinal, quem não gostaria de viver entre sete criaturinhas, todas abençoadas por pais tão amáveis? Além disso tem a bagunça do dia a dia, as descobertas da infância, o amor refletido em cada olhar das crianças. Natália é feliz ali.
Marcelo, o mais velho, já está na Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Apesar de ser bem mais velho que os irmãos, ajuda no que pode. Excelente menino. Divide o quarto pequeno com outros três irmãos. Aprendeu com os pais que a maior riqueza é o carinho, o zelo pelos seus. Participa todos os sábados à noite da missa na Catedral. Todos vão juntos, de Kombi, é claro. Natália vai também. É um ritual sagrado. Pelas manhãs de domingo, uma celebração é feita em casa. Apenas a família participa. À tarde, vão de Kombi pra um passeio. É sempre assim. Os filhos em primeiro lugar.
Reginaldo e Márcia estão satisfeitos com o caminho escolhido. Seguem a vontade do criador e vivem pregando o bem. Levam uma vida sem regalias, sem luxo. Mas nunca, nada faltou a eles. Pelo contrário, a fartura sempre prevalece. Mas em breve, daqui a oito meses, uma nova visita chegará. Eles ainda não a conhecem, mas sentem que se trata se mais uma obra divina. Um novo presente de Deus. É que Márcia está grávida novamente. Serão oito filhos, oito criaturinhas abençoadas. Mais uma caminha. Mais um lugar na Kombi. Mais um neto para dona Natália. A vontade de Deus sempre prevalece.
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