terça-feira, 16 de outubro de 2012

Coincidências do além

Existe ligação entre mortos e vivos? Como podem acontecer então histórias interessantes, que desafiam a imaginação?


Dilmércio Daleffe
Ninguém em sã consciência pode descrever a morte. Afinal, não existe quem tenha ido e voltado. Mas como é possível então o elo entre o real e o além? A comunicação é verídica? Ninguém sabe. O que existe são apenas coincidências, nada que se possa provar. Mesmo assim, são histórias desafiadoras, que mexem com o inconsciente de todos. Em Campo Mourão, alguns fatos têm chamado atenção, principalmente, por ligarem fatos a pessoas queridas, já mortas. Os nomes e famílias aqui narrados não serão identificados, a pedido das próprias pessoas. Mas as histórias são verdadeiras.
Ele morreu aos 82 anos de idade, em junho deste ano. João – nome fictício do aposentado – era um senhor que andava sempre pelo caminho do bem. Cuidava da família, brincava com as netas e vivia num estado zen. Acontece que nos últimos anos de vida, teimou em arrumar o relógio da parede, um aparelho grande e antigo que já não mais funcionava há pelo menos 20 anos. João mexia e remexia, sempre sem sucesso. Um dia desistiu do conserto. A vida passou e já, com problemas do coração, acabou morrendo. Definitivamente, uma perda descomunal.
Passada uma semana de sua morte, a família compareceu à Missa de Sétimo Dia do finado João. Todos uniram-se na dor do bom homem. Voltaram juntos então até a casa da avó, a viúva companheira. Lá chegando, todos se sentaram nos confortáveis sofás da sala. A avó fez um café. Outra tia foi ao banheiro. Outro lia ao jornal. Estavam na residência cerca de 12 pessoas. Algumas relembravam as histórias engraçadas do avô. Mas as vozes se calaram de uma vez. Foi quando o relógio voltou a funcionar, depois de 20 anos. O som alto e forte soou como uma mensagem. Um grito do além. O que pensar? Todos preferiram acreditar ser apenas uma coincidência. No entanto, há ainda quem tenha falado ser “arte” do avô brincalhão. “Ele deve ter feito uma brincadeira com a gente”, disse um dos netos. Depois disso, o aparelho funcionou apenas mais duas vezes. Hoje, continua na parede apenas como decoração.
O beija flor
Ele gostava de beijas-flor. Tanto é que quando morreu, no início deste ano, a família confeccionou um santinho com a foto do mesmo pássaro. As mensagens com o beija-flor foram sendo distribuídas a todas as pessoas que passaram pelo velório, uma a uma. A cerimônia adentrou a madrugada, quando permaneceram apenas os familiares do morto. O único amigo da família que ficou até o dia amanhecer foi Alberto – nome fictício.
Como testemunha do fato narrado, ele conta que estava com o santinho em mãos, vendo a figura do beija-flor, ao mesmo tempo em que conversava com os familiares. Eram cerca de quatro horas da manhã quando, parecendo um sopro, um beija-flor entrou na sala do funeral e pousou sobre o caixão. Segundo Alberto, foram menos de dois segundos, mas o bicho pousou e saiu, da mesma maneira como adentrou a sala. Apenas mais uma coincidência? Ninguém sabe. De verdade mesmo, apenas a vida e a morte. Cada um saberá mais tarde se a comunicação acontece de verdade. Mas apenas depois da partida de cada um. Antes disso, sem chance.     

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