segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Fidelidade até depois da morte



Dilmércio Daleffe

Não se sabe ao certo de onde ele veio. Muito menos como era chamado. No entanto, uma coisa é certa: acabou adotando o cemitério municipal de Mamborê como sua nova casa. Ele é “Rambo”, um cão vira latas, simpático, de cor branca e bastante manso. Chegou ao local há cerca de quatro meses, desde que o dono morreu e ali foi sepultado. A partir de então, dorme no campo santo e até briga quando outros cães tentam adentrar pelos portões. É hoje o verdadeiro guardião do cemitério.

“Rambo” é um bom cachorro, tranqüilo e possui admiração pelas pessoas. Ele não gosta é de cães curiosos que perambulam pelos arredores. De acordo com Sidinei Ramos, coveiro local, o animal está todo machucado devido às intensas brigas travadas com outros de sua espécie. Ontem, ele apresentava uma ferida e ainda mancava. Várias cicatrizes estampam sua cabeça. O coveiro afirma que “Rambo” mudou-se ao cemitério desde a morte de seu dono. “Não sei ao certo quem era o responsável por ele. Sei que morava no Morro do Lagarto”, disse. Mas o fato é que o cão não quer se separar do amigo morto, provando mais uma vez a adoração que os caninos mantém pelos homens.



Sidinei é coveiro há oito anos e, até então, jamais havia presenciado um ato de amizade como este. “É incrível, mas quando fecho os portões, Rambo faz questão de ficar lá dentro. No outro dia, quando venho abrir, ele está de prontidão”, revela. Como o animal é dócil, o coveiro passou a alimentá-lo diariamente com ração. O apelido também foi seu. Segundo ele, o cão passou a ser o protetor, uma espécie de guardião do campo santo. Manso com os homens, uma fera com outros cachorros e fiel até depois da morte de seu estimado dono.

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