Renato
Luis Stefanuto jamais pensou em ter uma ave em casa. Mas quis o destino que
fosse assim. Depois de ser presenteado por “Bala”, o pequeno Corrupião, passou
a descobrir um amigo inseparável. Juntos, fazem coisas que ninguém acreditaria.
Mas agora a história será contada.
Dilmércio Daleffe
Ninguém é uma ilha. E, ainda solteiro, Renato Luis Stefanuto
já escolheu seu companheiro de estimação. Poderia ser um cão, um gato ou até
uma tartaruga. Mas não. Optou por um pássaro, o “Bala”. Trata-se de uma ave sem
igual, diferente de tudo o que já se viu. Um grande parceiro para todas as
horas. Acontece que o bicho faz coisas inacreditáveis, tudo para ficar ao lado
de seu dono. Só pra se ter ideia, “Bala” já fez sauna, dormiu sob as cobertas e
tomou banho com Renato. Os dois são quase inseparáveis.
Tudo começou a cerca de um ano e meio. Renato foi a um
churrasco na casa de um amigo. O sujeito mantinha vários pássaros, todos
legalizados. Durante a roda de viola, os bichos foram soltos. Mas “Bala”, ao
invés de ficar com os “coleguinhas”, decidiu ficar no ombro de Renato. No dia
seguinte, os amigos voltaram a casa. Novamente, “Bala” preferiu ficar no ombro
de Renato. Assim, o sujeito acabou o presenteando com o Corrupião. “Na verdade
eu nunca pensei em ter uma ave. Foi um grande presente mesmo”, disse.
Com o presente aceito, o jeito foi levar a ave para casa.
Para sua surpresa, tornaram-se parceiros de verdade. Nos primeiros dias, “Bala”
já começava a despontar suas peculiaridades. Mesmo ficando solto dentro do
apartamento, o bicho jamais quis sair pelas janelas abertas. Prefere mesmo é
permanecer sobre a cabeça das pessoas. Parecendo, ou até, querendo ser gente, a
ave tem atitudes que surpreendem. Inúmeras vezes os dois tomaram banho juntos.
O nome foi dado por um primo de Renato, Marcos Stanizewski.
Para o espanto de Renato, certo dia, ao abrir a geladeira,
“Bala” voou sozinho para o seu interior. Lá, avançou sobre as alfaces e não
quis mais sair. “Eu fechei a porta pra ver o que ele ia fazer. Mas ao abri-la
novamente, percebi que ele estava tranquilo. Gostou do lugar”, disse. Até hoje,
volta e meia, quando está com fome, o pássaro adentra à geladeira – sempre com
a ajuda servil do companheiro.
Piloto de aviões, Renato já levou o amigo para voar – como
se precisasse de sua ajuda. Às vezes, os dois vão juntos até o hangar, no
aeroporto de Campo Mourão. Lá, enquanto ele arruma seus “brinquedinhos”, o
bicho fica solto. Mas sem nunca se distanciar. Nem mesmo Renato consegue
explicar as atitudes do amigo. “Não sei o que acontece com ele. Ele é uma
figura”, ressalta.
Hoje, Renato não consegue mais se imaginar sem o amigo.
Trata-se de um corrupião, originário do Nordeste brasileiro e registrado pelo
Ibama – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis. Um bicho meio nervoso, arisco e, ao mesmo tempo, que se protege de
tudo. Pode-se dizer que atualmente, quem manda na casa de Renato é o “Bala”. As
atenções de toda a família voltaram-se a pequena ave. Até mesmo Daimon, o cão
Lhasa apso de sua mãe, teme o bicho. É sempre assim. Dê asas e perca as rédeas.
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