domingo, 5 de maio de 2013

“Lia” comprou e trocou a mesma casa por três vezes

Ela só queria fazer negócios para
melhorar a renda. Mas foi além, chegando a adquirir e se desfazer da
mesma casa por três vezes. “Lia”, como é conhecida, acaba de trocar
mais uma vez o seu sobrado.


Lia em frente ao sobrado que trocou outras três vezes



Dilmércio Daleffe

Uma boa negociante não se acha a qualquer hora. Uma exímia negociadora
então torna-se fato raríssimo. Mas como Maria Amélia Ferreira, que
adquiriu e se desfez da mesma casa por três vezes, sempre alavancando
seus negócios, definitivamente não existe outra igual. Aos 60 anos,
“Lia”, como é conhecida, acha cômica sua história. Ela até riu durante
a entrevista. Seu comportamento foi espelhado na figura do pai,
Antônio Bruno, que até a década de 70, também havia comprado e vendido
a mesma casa por outras três vezes.

Tudo começou ainda em 95. “Lia” e o marido, Carlos, moravam numa
propriedade rural quando se encantaram com o sobrado na área central
de Campo Mourão. Numa boa conversa com o dono do imóvel, conseguiram
trocar um pelo outro, na chamada “troca de mano”. Ali, na cidade,
permaneceram por seis anos. Mas em 2001, um outro sítio posto à venda
em Araruna, chamou a atenção de “Lia”. Conversações fizeram com que o
casal deixasse o sobrado pela primeira vez, rumando novamente à zona
rural.

A inquieta “Lia”, sempre em busca de novos negócios, ficou no sítio
por dois anos. Mas muito apegada a mãe, dona Anézia, decidiu voltar à
cidade. Foi então que, anos depois, já em 2009, trocou uma outra
propriedade rural – não a de Araruna – pelo sobrado. Ou seja, retornou
ao mesmo imóvel pela segunda vez. Feliz da vida, “Lia” até poderia
estar tranquila. Afinal, trabalhava no que queria – ramo farmacêutico
-, estava ao lado da mãe e morava no sobrado de seus sonhos.

Mas a inquieta negociante não parou. Agora em dezembro, fez negócio de
novo com o sobrado. Ela e o marido trocaram o imóvel por outro sítio
na Estrada Boiadeira. Detalhe: só mudaram as roupas. Isso porque até
os móveis permaneceram na casa e no sobrado. A troca foi geral. “Se
contar nem eu entendo porque mudamos tanto deste imóvel”, disse ela.

A veia turbulenta e agitada de “Lia” tem um porquê. Ela adquiriu o
sangue negociante do pai. O finado Antônio Bruno fazia negócios o
tempo todo, chegando ao ponto de também comprar e vender a mesma casa
por três vezes. Sempre na busca de melhores oportunidades. “Lia” conta
que há alguns anos, passava por uma rua quando encontrou uma velha
casa de madeira à venda. Buscou informações e conseguiu reduzir o
valor. Ao mesmo tempo, sofria pressões da família por querer comprar
um imóvel caindo aos pedaços. Mas ela foi mais ela, e adquiriu a casa.
Depois de uma reforma razoável, vendeu a construção rapidamente,
lucrando cerca de R$25 mil.

Família reunida em frente a casa vendida três vezes pelo pai de Lia


“Lia” mora hoje com o marido num sítio distante 14 quilômetros da
cidade. Vem todos os dias para trabalhar na farmácia. Determinadas
noites dorme na casa da mãe. Ao lado de Carlos – que ela mesmo admite
que tem um “casamentão” -  teve apenas um filho, Junior. O marido
revela que estar ao lado de uma companheira como “Lia”, é um
privilégio para poucos. “Nos momentos em que estou pra baixo, sempre
vem ela pra me levantar. Só tenho a ganhar com ela. É minha grande
companheira”, afirmou. Quanto ao sobrado, “Lia” garante que não há
mais volta. Será?

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