segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Inês, Ivair, Cláudia e Wagner. A solidariedade tem nome

Pessoas diferentes, com profissões distintas e que não se conhecem decidiram fazer o bem comum. Juntas, elas apadrinharam crianças carentes de Campo Mourão. Para isso, apanharam uma carta nos Correios e, comovidas com o desejo de Natal dos menos favorecidos, realizaram parte de seus sonhos: compraram os brinquedos solicitados. Mas isso não é nada comparado ao que Inês, Wagner, Ivair e Cláudia podem fazer. 
Dilmércio Daleffe


Uma bancária aposentada, um técnico em edificações, um administrador. Pessoas com profissões diferentes, desconhecidas umas das outras. Em comum apenas a vontade em ajudar. Foi assim que cada um deles apanhou uma cartinha dos Correios para ser padrinho de crianças carentes de Campo Mourão. Elas não pedem dinheiro ou artigos de luxo. Querem somente um presente, um brinquedo, algo para serem lembradas como crianças. Outras pedem roupas e sapatos. Desejam ser queridas pelo Papai Noel. Afinal, seus pais não têm recursos. Passam o ano trabalhando sem nenhuma regalia. São os heróis do dia a dia. Trabalhadores sem possibilidade de bancar o velho Noel.
Inês Tolocvko está aposentada. Já foi professora e bancária. Trabalhou muito para dar valor ao Natal e as pessoas. Um valor não monetário, mas fraternal. A exemplo de outros anos, ela também é madrinha dos Correios. Apanhou uma cartinha com bastante desejo. Tem no coração apenas a vontade em ver a felicidade do outro. “Às vezes vejo a fartura na minha mesa e penso em quem não tem nada. É por isso que ajudo”, diz. Inês é daquelas mulheres destemidas. Sabe o que quer. Mas no Natal, a comoção parece ser mais forte. “Se cada um dividisse o que sobra, a vida não seria tão difícil”, comenta. Inês comprou roupas e sapatinhos para uma criança de nove meses. Noel agradece.


Técnico em edificações, Ivair de Souza Libério também é padrinho de uma das crianças. Aos 43 anos, ele e a esposa, Cláudia, participam da campanha pelo quarto ano consecutivo. Mas não é um ritual. É apenas compaixão. Um sentimento de agradecimento pela vida que a família tem. É uma vontade de gente ajudar gente. “Fazemos nossa parte ajudando a sociedade. E não é só no Natal. Sempre colaboramos com outras pessoas”, diz Ivair. Para o casal, trata-se de uma reflexão, um espelho da filha de sete anos. Afinal, qual o pai consegue ver o bem da filha e não desejar o mesmo a uma outra criança da mesma idade? “E é por isso que escolhemos dar um brinquedo a um menino de sete anos”, revelou.


Wagner Silva é administrador. Aos 46 anos decidiu apadrinhar uma menina de dez anos pela primeira vez. A exemplo de Inês e Ivair, também carrega na alma o desejo em ajudar, em praticar o bem. Um cara simples, normal, mas que busca ser solidário a cada passo de sua vida. Casado e com um filho de 24 anos, não mede esforços para semear solidariedade. “Se vejo alguém precisando, eu ajudo mesmo”, diz. Afinal, a vida é feita de ações e reações. Faça o bem e colha o bem.


E é desta maneira que os Correios realizam sua festa de Natal. Para proporcionar alegria às crianças carentes, arrecadam os brinquedos dos padrinhos e os entregam às mesmas. Um evento digno, correto e solidário. Campanhas assim dão esperanças para acreditar que o país está melhorando. Que pessoas estão evoluindo. Que a solidariedade vem aumentando. E quem disse que a bondade não tinha face, errou. Ela tem o rosto e os nomes de Inês, Ivair, Cláudia e Wagner.          

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