segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A luta de Joffre contra Sandy


Dilmércio Daleffe
Mourãoense, agora morador de Nova York, Joffre Brunet, 35 anos, passou momentos de terror e pânico sob as forças de Sandy, o furacão avassalador que destruiu partes da cidade americana. Através do Facebook, ele enviou um relato sobre o medo por qual passou. Após o susto, Joffre diz que aos poucos a cidade está voltando ao normal. O grande problema agora é a falta de energia. Milhares de pessoas não conseguem ao menos recarregar seus celulares. Quando há uma tomada em funcionamento, ela é colocada em público. Ou seja, os nova iorquinos estão se ajudando. 
Joffre está em Nova York há 19 anos. Deixou a poeira vermelha de Campo Mourão para ganhar a vida no ramo de turismo. Hoje é responsável por praticamente todos os brasileiros que chegam a NY através de uma empresa, também brasileira. Casado com uma nicaragüense, Amanda Brenes, 33, tem duas filhas, Victoria, 7, e Sophia, 3. O casal é reflexo da pujança do povo latino americano, o qual prefere sentir a saudade de sua terra, mas lutar em busca de seus sonhos. 
De acordo com Joffre, o bairro de Staten Island foi o mais afetado. “Está um horror”, disse. Bombeiros ainda estão retirando corpos de casas alagadas. Já os aeroportos ficaram parados por dois dias, afetando cerca de 16 mil vôos. “Turistas dormiam onde a Cruz Vermelha conseguia colocá-los”, disse. A ilha de Manhattan está sem luz, sendo a parte sul, a mais afetada. “Dos amigos de Campo Mourão que aqui vivem – Fabíola Korin, Fátima Frison, Andréa Dala Rosa e Cleber Dala Rosa - todos estão bem. A Andréa e o Cleber ficaram mais tempo sem energia”, relatou. “Durante a tempestade eu vim para um hotel em Manhattan, onde fiquei com a família por dois dias. Foi uma ótima decisão. O restaurante ficou aberto 24 horas e só escutava um vento muito forte do lado de fora”, contou.


Segundo ele, tanto o metrô como os ônibus em NY estão gratuitos nesses dias e funcionando parcialmente por problemas em algumas estações, que ainda estão cheias d'agua. Joffre também diz que a população criticou o prefeito Michael Bloomberg por não ter cancelado a maratona de NY, que seria no domingo – a maratona acabou sendo cancelada diante dos protestos.
Pelo menos 90 pessoas morreram nos Estados Unidos em decorrência da passagem da Tempestade Sandy, que antes era considerada um furacão. Na região de Staten Island, em Nova York, dois irmãos, de 2 anos e 4 anos, estão entre os mortos. Eles foram arrancados dos braços da mãe com a força da correnteza. Um brasileiro também está entre os mortos. Sandy provocou queda de energia, desabastecimento nos postos de combustíveis, alagamentos em várias ruas e praticamente desativou cidades. Escolas, comércio e departamentos públicos não funcionaram nos dias em que a tempestade estava prevista.
Em muitas das áreas periféricas da cidade, milhares de pessoas vão ter que esperar até nove dias, e em alguns casos até mais, para a eletricidade a ser restaurada em suas casas. Alguns perderam totalmente suas residências por inundações ou incêndios. Outros estão lidando com os fortes danos da tempestade. Em alguns bairros a destruição é enorme. Uma casa foi completamente derrubada de suas bases, o interior de muitas outras foi destruído e estão inabitáveis. Grande parte dos danos foi causado por uma onda que trouxe inundações de mais de cinco metros.
Enquanto a vida se restabelece, Joffre vai decidindo o futuro político americano. Segundo ele, ainda existem muitos lugares debaixo d'agua, o que poderá afetar as eleições para presidência, na próxima terça. “Por sinal eu votarei para Obama. Ele está nas pesquisas com uma leve vantagem sobre seu rival, Mitt Romney”, disse.

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