domingo, 15 de março de 2015

Eu vi, eu estava ali




Dilmércio Daleffe

Hoje, eu vi um recomeço. Cansada de tanta corrupção, parte da população mourãoense foi às ruas. Foi pra rua pedir um basta. Eu vi gente de bem querendo mudança. Numa manifestação pacífica, pessoas gritaram, apitaram, cantaram. Pediram a saída da Presidente Dilma, o fim do “imperialismo” petista, o término das quadrilhas organizadas em várias esferas do governo.

Acordei cedo, quase não dormi, e presenciei uma possibilidade de transformação. Eu vi famílias de mãos dadas. Crianças com carinhas pintadas e marmanjos indignados. Vi a alegria de uma população saudável, mas desejando o fim de um país definitivamente doente. Vi médicos, dentistas, simples trabalhadores. Vi estudantes, advogados, até mendigos eu observei. Todos estavam lá. Praça Getúlio Vargas, 9h da manhã. Um dia histórico.

Faixas, cartazes, gritos de ordem. Discursos emocionados de cidadãos. Pela primeira vez, políticos não tiveram voz. Apenas escutaram. Clamando uma nova era, as pessoas desejam mudanças. Constatou-se, enfim, que a corrupção quebrou a maior empresa do país. A Petrobras foi usada para alimentar ratos e bandidos. Finalmente, a multidão entendeu que o Brasil deve ser feito em favor dos brasileiros e não contra os brasileiros. Eu vi gente chorar. Vi mulheres emocionarem-se e idosos extravasarem.

Finalmente, identificou-se o sangue maldito -, herança de uma mistura interracial que não deu certo -, que corre nas veias da população. Nós brasileiros, temos um fraco pela corrupção. Sim, devemos fazer um “mea culpa”. Todos os “sistemas” implantados aqui estão infectados por este mal. Não adianta negar. Mas chegou a hora de nos recuperarmos. Acordamos? Isso ainda não sei. Mas hoje, eu vi nos olhos das mais de duas mil pessoas que ali estavam uma vontade de acordar. Todos querem dizer um não a corrupção.

Mas para que isso ocorra, a multidão não quer mais este governo. Dilma é no mínimo, conivente com o sistema. Antes dela, Lula já sabia. Mas foi blindado. Definitivamente, a estrela no PT se quebrou. O pior de tudo é que o partido não admite suas falhas, seus erros, suas mentiras, seus roubos. As pessoas decidiram romper. Eu vi a insatisfação nas ruas.

Bem certo e verdadeiro é que outros partidos também não assumiriam os próprios erros. Trocar Dilma por Temer, ou Aécio, ou qualquer outro, agora, seria a mesma coisa. Mas como somos movidos por esperança, qualquer coisa agora será melhor.

Certamente, depois de hoje, o país será diferente. Estamos pedindo uma mudança. Eu vi o clamor e o desejo de todos ali. Numa mesma manifestação estavam todos unidos. Católicos e evangélicos. Brancos e negros. Ricos e pobres. Novos e velhos. Todos cantaram o Hino Nacional em uma só voz. Se for para recomeçar um novo país, até o sangue derramado terá valido a pena. Eu senti isso. Eu estava ali! Somos um povo de paz. Mas se nada mudar, também sabemos lutar!





















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