Dilmércio Daleffe
Avenida Afonso Botelho. Centro de Campo Mourão. Madrugada do
dia 01 de abril. Vândalos deixam um rastro de destruição. Ao todo, oito
lixeiras residenciais levadas ao chão. Mas o que leva uma pessoa ocasionar
danos a outra sem ao menos conhecê-la? Quais motivos fazem de um ser humano um
destruidor de sua própria comunidade? Por quê?
As lixeiras não possuíam outra serventia senão guardar o
lixo residencial das casas atingidas. Estavam ali apenas para isso. Nenhuma
delas atrapalhava o fluxo dos pedestres e, pelo que se sabe, nenhuma criou
pernas e virou obstáculo a alguém. São objetos inertes e não pensantes. Não
pensantes assim como o autor ou autores da ação.
Até que sejam consertadas, o lixo agora terá que ser
acomodado ao chão. Pior à cidade que ficará mais suja do que já é. Neste tempo,
cães não pensantes abrirão os sacos e contribuirão com a sujeira dos mesmos
vândalos, também não pensantes. Mas aqui, a diferença é que os animais não
destroem propositalmente. São inocentes e compará-los aos sádicos sociais seria
crueldade demais.
As oito lixeiras não são nada comparadas as dezenas de ações
piores que ocorrem todos os dias na cidade. Aqui, vândalos destroem de tudo.
Lâmpadas, lixeiras, orelhões, canteiros, fachadas de edificações. Danos ao
erário público e privado. O que dizer então da sujeira deixada na Capitâo Índio
Bandeira, durante os finais de semana? Atos de seres não pensantes. Cidadania
aqui ainda é tabu.
Um dos moradores que teve a lixeira destruída preferiu nem
dizer nada, tamanha sua indignação. “Vou dizer o que”?, disse. Vandalismo
significa falta de cultura, inexistência de educação. Numa cidade tão bela como
Campo Mourão, necessita-se urgentemente aulas de cidadania. Talvez fosse o
momento de lideranças locais pensarem nisso. Quem sabe até incluir aulas desta
natureza nas escolas públicas e privadas? O fato é que simples lixeiras foram
arrancadas. Elas serão consertadas, não tenham dúvidas disso. Mas e os
vândalos? Eles serão consertados? Quando?